________________Once
upon a time________________
“Uma vez há muito, muito
tempo, quatro soldados regressavam a casa, depois de muitos anos de guerra.
Trrraum trrram! Trrrum trrram! Trrrum trrram!, ressoavam as suas botas enquanto
eles marchavam lado a lado, cabeças bem erguidas, sem olhar nem para a direita
nem para a esquerda. Pois fora assim que os haviam ensinado a marchar, e não é
fácil esquecer o ritual de muitos anos. As guerras e as batalhas tinham
acabado, mas eu não sei se os nossos soldados as ganharam ou perderam e, se
calhar isso não interessa. Traziam as roupas esfarrapadas, as botas com mais
buracos do que couro, e nenhum dos soldados que viajava para casa era o mesmo
homem que a deixara.
A certa altura, chegaram a
uma encruzilhada e pararam para ponderarem as suas opções. Uma estrada ia para
ocidente, sendo o caminho reto e bem pavimentado. Outra estrada seguia para
oriente, perdendo-se numa floresta escura e secreta. E outra estrada apontava
para norte, onde se projetavam as sombras de montanha solitárias.
- Bem, camaradas – disse finalmente
o soldado mais alto, tirando o chapéu e coçando a cabeça -, atiramos uma moeda
ao ar?
- Não – disse o soldado à
sua direita. – O meu caminho é aquele. – E despediu-se dos camaradas e partiu
para oriente, a marchar sem nunca olhar para trás, enquanto desaparecia na
floresta escura.
- Eu estou inclinado para
aquele caminho – disse o soldado à esquerda e, com um gesto, indicou as
montanhas que se agigantavam à distância.
- E eu – exclamou o soldado
alto, a rir – vou seguir este caminho fácil, pois essa foi sempre a minha
escolha. Mas, e tu? – perguntou ao último soldado. – Que estrada vais seguir?
- Ah, eu – suspirou esse
soldado. – Acho que tenho uma pedrinha dentro da bota e vou sentar-me a
tirá-la, pois tem vindo a martirizar-me todos estes kilómetros. – Meu dito meu
feito, e procurou um rochedo ali perto para se encostar.
O soldado alto voltou a
enfiar o chapéu na cabeça.
- Então está decidido.
Os restantes soldados
apertaram as mãos cordialmente e seguiram os seus diferentes caminhos.”
(texto retirado na íntegra
de”O sabor da tentação” de Elizabeth Hoyt)
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O soldado que escolheu a floresta escura como caminho chamava-se Coração
de Ferro “ora, Coração de Ferro foi assim
chamado devido a uma coisa muito estranha. Embora os seus membros e rosto e, na
verdade, todo o resto do seu corpo, fossem exatamente como os de todos os
outros homens criados por Deus, o seu coração não era. Era feito de ferro e
batia-lhe no peito, forte, corajoso, e inabalável…” ("O Sabor da Tentação" de Elisabeth
Hoyt)
“Coração de Ferro caminhou
durante muitos dias pela floresta escura, e, (…) não encontrou um ser humano
nem animal. No sétimo dia (…) ele emergiu da floresta. Mesmo à sua frente
estava uma cidade esplenderosa. (…) Mas pouco depois o seu estômago roncou (…).
Precisava de comprar comida, para comprar comida, tinha de arranjar trabalho. (…)
Mas (…) não se arranjava nenhum trabalho decente para um soldado regressado da
guerra. (…) Assim (…) foi obrigado a aceitar o emprego de varredor de ruas. E
aceitou-o muito reconhecido…
Um dia, quando Coração de
Ferro varria a rua, passou um cortejo. Havia (…) uma carruagem dourada com dois
lacaios agarrados atrás. (…) Quando [a carruagem] estava mesmo ao seu lado, a cortina mexeu-se
e ele viu o rosto da senhora que ia lá dentro. (…) Tinha uma forma perfeita (…).
Coração de Ferro seguiu-a com o olhar. Ao seu lado, uma voz cacarejou. «Achas a
princesa Consolação bonita?» (…) «Então», disse o velho [mirrado que surgiu
do nada ao lado do soldado] chegando-se
tão perto que Coração de Ferro sentiu o fedor do seu hálito, «gostarias de
casar com ela?»”
“O velho estava vestido com
farrapos sujos. Parecia pouco provável, (…) que tal homem tivesse a chave para
casar uma princesa. Mas, quando [Coração de Ferro] começou a virar-se para o lado, o velho
agarrou-lhe o braço. «Ouve! Tu vais viver num castelo de mármore e a princesa
Consolação será a tua noiva. (…) Tudo o que tens de fazer é seguir as minhas
instruções.»
«E quais são as suas instruções?»,
perguntou Coração de Ferro. (…)
«Não podes falar durante
sete anos».
«E se eu não for capaz de
fazer isso?»
«Se pronunciares uma só
palavra – mesmo um só som -, voltarás aos andrajos e a princesa Consolação
morrerá».
[Apesar de este não parecer] um
negócio maravilhoso (…) Coração de Ferro (…) olhou para os pés, envoltos em
couro esfarrapado, depois para a sarjeta onde iria fazer a cama nessa noite e,
no fim, fez a única coisa que podia. Concordou com o preço do feiticeiro…" ("O Sabor da Tentação" de Elisabeth Hoyt)
____________to be continued...
O soldado que escolheu as montanhas como caminho chamava-se Truth Teller.
“O nosso soldado lutara com valentia na
sua guerra, mas muitas vezes soldados lutam com valentia. (…) Portanto, na sua
coragem, honra e virtude, o nosso soldado talvez não fosse melhor do que
milhares dos seus companheiros. Mas havia algo em que era muito diferente. Era
incapaz de mentir.” ("Sedução Irresistível" de Elisabeth Hoyt)
"Começava a anoitecer quando
Truth Teller chegou ao cume da montanha e avistou um magnífico castelo, negro
como o pecado.
Truth Teller parou diante do
castelo. (…) Estava prestes a dar meia volta quando as grandes portas de
madeira se entreabriram. Um jovem muito belo surgiu ali, vestido de branco e
dourado e exibindo no indicador um anel com uma pedra de um branco leitoso.
- Boa noite, viajante – disse
ele.
- Queres entrar para te
abrigares do frio e do vento?
Apesar do ar sinistro do
castelo, (…) [a ideia de se poder aquecer agradou a] Truth Teller (…) [que assim] entrou no castelo negro…
O castelo era cavernoso e
soturno, com passagens sinuosas que davam para outras passagens, [parecia vazio]. Truth Teller
seguiu o belo jovem(…) [que o] conduziu
(…) a um amplo salão de banquete e serviu-lhe
carne assada, um pão da melhor qualidade e toda a espécie de frutos exóticos. (…)
Enquanto Truth Teller comia o jovem ficou sentado a sorrir e a observá-lo.
Depois (…) o belo jovem conduziu-o a um enorme quarto ricamente decorado (…).
Ali o soldado dormiu (…) e de manhã, ao acordar, deparou com o seu anfitrião de
pé junto à cama.
- Tenho andado à procura de
um homem corajoso a quem confiar uma tarefa – disse o jovem. – Será que és tu
esse homem?
- Sim. – respondeu Truth
Teller.
(…)
- Isso é o que vamos ver…" ("Sedução Irresistível" de Elisabeth Hoyt)
____________to be continued...
O soldado que escolheu o caminho fácil para retornar a casa chamava-se Laughing Jack, “(…) como a guerra se havia prolongado durante anos sem fim, ele já nem sequer tinha uma casa em direção à qual marchar e, na verdade marchava para lado nenhum. Ainda assim tinha alguma comida na mochila que levava às costas, o Sol brilhava sobre a sua cabeça e escolhera uma estrada plana e fácil de percorrer. Estava satisfeito com o que a vida lhe dava.” ("Vertigem de Paixão" de Elisabeth Hoyt)
“Jack marchava pela estrada,
assobiando alegremente, pois era um homem sem uma única preocupação neste
mundo. [No caminho] (…) encontrou um velho, (…) vestido com farrapos, descalço, (…) sentado
à beira da estrada (…).
- Oh, gentil senhor –
lamentou o pedinte. – Tem uma côdea de pão que me dê?
- Tenho muito mais do que
isso, avôzinho – respondeu-lhe Jack.
Parou e abriu a mochila,
tirando de lá meia empada de carne (…) [e] partilhou a comida com o velho (…).
Depois de terem comido (…) o
velho levantou-se e aconteceu uma coisa muito estranha. Os velhos trapos que
trazia vestidos caíram e, de repente, diante de Jack estava um homem jovem e
bonito, com roupas brancas e brilhantes.
- Foste muito bom para
mim - disse o anjo. (…) - Por isso, vou recompensar-te.
O anjo estendeu a mão onde tinha uma caixa de lata e deu-a a Jack. – Procura aqui
dentro tudo aquilo que precisares e vais encontrar. Voltou as costas e
desapareceu.
[Quando Jack olhou para dentro da caixa] (…) desatou a rir porque não havia nada ali dentro a não ser umas
folhas de rapé. Guardou a caixa na mochila e voltou a caminhar pela estrada…” ("Vertigem de Paixão" de Elisabeth Hoyt)
____________to be continued...
O soldado que não escolheu nenhum caminho, chamava-se Longsword, e recebera o nome em honra de uma longa espada que, agora ali sentado numa pedra, mantinha a seu lado. Longsword não queria seguir já caminho, pois “(…) sabia que não tinha ninguém à sua espera em casa. Aqueles que o poderiam ter recebido de braços abertos estavam mortos há já muito tempo. E, se estivessem ainda vivos ele não estava certo de que teriam reconhecido o homem em que se tornara com o passar dos anos. Quando um homem vai para a guerra não volta igual.” ("Coração Selvagem" de Elisabeth Hoyt)
“A espada de Longsword era,
de facto, extraordinária; para além de pesada, afiada e mortal, apenas podia
ser manejada pelo próprio Longsword.
Há muito que o Rei Duende
cobiçava a espada mágica de Longsword, (…). Ao começo do anoitecer, o Rei
Duende apareceu diante de Longsword envolto num opulento manto de veludo. [Oferecendo] (..) trinta moedas de
ouro (…) em troca da (…) espada.
- Não quero ofender-vos,
senhor, mas não pretendo desfazer-me da minha espada – replicou Longsword.
(…)
- Dar-vos-ei cinquenta
moedas de ouro por essa espada. Dizei-me que aceitais.
[Longsword recusou]
[O Rei Duende ofereceu então] (…)
cem moedas de ouro.
- Meu senhor, não vos
venderei a minha espada, não importa o valor que me oferecerdes, e digo-vos
porquê: abdicar desta espada custar-me-ia a vida, pois eu e ela estamos ligados
por magia.
- Ah, se é esse o caso –
replicou ardilosamente o Rei Duende – quereis vender-me um anel do vosso cabelo
(…)?” ("Coração Selvagem" de Elisabeth Hoyt)
_________________________________The End________________________________
“Karou está apenas a fingir que dorme. Os dedos
de Akiva contornam-lhe as pálpebras, deslizam suavemente pela curva da sua
face. Sente o olhar dele como um brilho quente. Ter Akiva a olhar para ela é
como estar ao sol.
- Sei que estás acordada – murmura o anjo,
perto do seu ouvido.
- Achas que não sei quando estás a dormir?
Ela mantém os olhos fechados mas sorri,
denunciando-se.
- Cala-te, estou a sonhar.
- Não é um sonho. É tudo real.
- Como sabes? Nem sequer entras nele. –
Sente-se brincalhona, repleta de felicidade.
- Entro em todos – assegura-lhe Akiva. – É onde
vivo agora.”
(retirado de "Dias de Sangue e Glória" de Laini Taylor)
(retirado de “Na Noite” de
Kathryn Smith)
“Já viveste tempo suficiente para saber que,
por vezes, as pessoas fazem coisas que não devem… por todas as razões”
(retirado de “Um beijo inesquecível” de
Teresa Medeiros)
"Esta noite vieste até mim. Senti a tua presença, o teu calor, ... O feitiço que me lançaste fez de mim tua escrava com mais eficácia do que quaisquer grilhões."
(retirado de “A Paixão” de Nicole Jordan)
“(…) desejara uma pessoa que cuidasse dela, sonhara com isto. Com um homem forte que a protegesse, com coragem para se aperceber de quem ela era na realidade.”
(retirado de “Romance com o Duque” de Tessa
Dare)
"Karou era perseguida pela ideia de que não
estava completa. Não sabia o que isso significava, mas era algo que sempre
sentira, uma sensação equivalente a ter-se esquecido de alguma coisa."
(retirado de "A Quimera de Praga"
de Laini Taylor)
"Na vida de cada um de nós há sempre um
ponto de viragem. Um momento tão tremendo, tão nítido e claro que lhe sentimos
o impacto no peito, a respiração arrancada de um sopro, e sabemos, com absoluta
certeza e sem qualquer sombra de dúvida que a nossa vida nunca mais será a
mesma."
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