sábado, 25 de abril de 2015

Esquecer-me de TI

Penso em TI. Não devia, eu sei. Mas penso. Sinto a tua falta. Não devia, também sei disso. Era suposto o tempo ajudar-me a pensar menos em TI. Era suposto a distância arrefecer o sentimento. Era suposto ou não era? Não me parece nada que o tempo tenha feito a sua parte neste nosso acordo. Culpa do tempo que falhou com o que era suposto. Não dizem que o tempo se encarrega de tudo? Que com o tempo tudo passa? Que o tempo ajuda a esquecer? Mas, então, é preciso quanto tempo mais, concretamente? Será preciso um mês ou vários? Um ano? Ou semanas chegam? Não sei se me acredito muito no tempo. Comigo tem estado a falhar redondamente. Provavelmente preciso de mais tempo. Ou talvez haja outra solução para não pensar em TI. A solução é não pensar, simples. Diriam os mais práticos. Pois, isso gostava eu de conseguir, não pensar. Não sentir. Não resulta, não tem resultado.

Costumam dizer que mantermo-nos ocupados também ajuda. Trabalhar, ajuda. Distrairmo-nos também ajuda. Ajuda a não pensar. Desculpem, se não concordo plenamente. Depende com o que nos ocupamos, porque nem sempre o efeito pretendido é conseguido. Muitas vezes dou comigo ocupada, mas o pensamento continua contigo. E mesmo quando até consigo estar tão ocupada que não penso em TI, ou tão distraída que nem me lembre de TI, não estou a fazer mais do que adiar, a fugir de TI. Quando depois deixo de estar ocupada, tudo me atinge em dobro. Ando umas horas, uns dias até anestesiada, mas quando o efeito da anestesia passa, não é muito pior? Eu acho, pois sofro a redobrar. Adiei e vou fugindo da dor, mas ela está lá à minha espera. Ninguém fica com a dor por mim, nem desaparece, depois acumula-se e atinge-me de uma só vez.
Então pergunto “Como é que se esquece alguém que nos faz tanta falta? Como é que se deixa de pensar em alguém que amamos com todas as nossas forças? Como é que deixamos de sentir aquela dor no peito que quase nos sufoca? Como? Como é que deixamos de sentir falta daquela pessoa?Como se faz? Qual a solução milagrosa? Podemos desligar algum botão?" Era tão mais fácil se assim fosse possível. Olha, ele não volta mais…ups, desliga-se o botão e já está. Quando se volta a ligar, já não se sente mais. Infelizmente, não há botão. Há o chamado tempo. O tempo, o tal que cura tudo. Tem é uma enorme desvantagem, é demorado. Portanto, é preciso tempo para esquecer alguém que é importante para nós. Esquecer é um processo demorado.

Às vezes penso que és TU que não queres sair. Ficas no meu pensamento e agarras-te a mim com todas as tuas forças para eu não te esquecer. Deve ser isso, só pode.

Creio que antes de conseguir esquecer-te tenho que recordar-te, parece contraditório, eu sei. Mas antes preciso de lembrar-me bem de TI, de nós juntos, de terminar de me lembrar, para começar a esquecer. Preciso de aceitar, de fazer o “luto”, vá, de chorar muito, chorar tudo a que tenho direito, pensar muito em TI, sentir muito a tua falta, preciso disso primeiro, apesar de me desfazer o coração. Vou ter que aguentar a dor no peito. Aguentar a tristeza, a mágoa, o despedaçar do coração. Parece-me longo o caminho, muito longo. 

Não me sinto com forças, essa é a verdade. Não quero esquecer-me de TI. Não estou preparada, ainda. Quero-te. Quero que continues na minha vida. Quero continuar a sentir-te, embora distante, quero os "oi" mesmo que espaçados e vindos do nada. Quero os "tenho saudades tuas", mesmo que sejam poucos e fiques dias sem dar notícias. Mesmo que se passem meses de silêncio, quero os "gosto de ti" e os "preciso ver-te, estar contigo". Quero, preciso. Não quero esquecer-me de TI. Não, quando ainda há esperança. Não, quando TU ainda estás aí.



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