segunda-feira, 27 de abril de 2015

Estou perdida...

Hoje vi-te. Continuas igual. Continua tudo na mesma, diria. Aliás, diria até que continuamos os dois na mesma. Apenas me pareceste mais ausente. Mais distante, com os pensamentos meio perdidos. Mas continuas a viver a tua vida, é verdade. Não poderia ser de outra forma. Continuas aí no teu mundo, também é certo. A vida continua, quer queiramos quer não.  Também eu continuo a viver a minha vida, pelo menos tento. E também, eu, dou por mim perdida nos meus pensamentos. Quase como se vivesse numa bolha, só minha. Onde posso sonhar e perder-me em pensamentos à vontade. Onde posso estar sozinha e ninguém me alcançar. Oh, como eu te entendo. Como eu entendo a tua bolha.


Na verdade, não te vi. Tu viste-me que é diferente e eu retribuí o olhar. Foste TU que me viste primeiro. Eu apenas senti o teu calor, o calor do teu olhar pousado em mim. Levantei o rosto à tua procura, pensando estar a endoidecer de vez. E, foi então que te vi. O meu olhar procurou então o teu. Quando se cruzaram não foram precisas quaisquer palavras. Não foi preciso nada, aliás. Tudo foi dito no silêncio daqueles olhares. Nada ficou por dizer. O mundo parou. Tudo ficou perdido no tempo e voltámos a ser apenas nós os dois ali. O teu olhar não largou o meu e o meu não largou o teu. Quanto tempo passou? Não me perguntem, porque o tempo parou e estávamos num outro lugar, as pessoas desapareceram e tudo à nossa volta deixou de existir. Ali, estávamos apenas nós dois. O teu olhar dizia-me baixinho ao ouvido “sinto a tua falta” e o meu respondia-te “não mais que eu”. Antes de sermos quase que obrigados a desviar o olhar ainda te aproximaste de mim e ficaste parado a olhar-me. Foi então que pude eu também olhar-te. O teu olhar sorria para mim, daquela maneira tão doce. O teu sorriso convidava o meu. Os teus olhos pousaram nos meus lábios e foi telepatia. Quase que pude ouvir-te “quero beijar-te” e quase que respondi “e eu a TI”. Tínhamos que parar por ali. Estávamos que nem dois perdidos ali em pé no meio de toda aquela gente a olhar fixamente um para o outro. 


TU vieste na minha direcção, eu aproximei-me de TI e dei-te o meu rosto para receber um beijo teu, como tantas outras vezes o fiz e disse-te bem baixinho “gosto de TI”, TU beijaste-me na bochecha, e com os dedos tocaste ao de leve no meu rosto e respondeste-me “eu gosto mais”. E assim voltou tudo. Voltei a apaixonar-me por TI. Estou perdida.      




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