terça-feira, 21 de abril de 2015

Eu, zangada comigo

Com o chegar da noite dou por mim a ficar irritadiça, o meu humor foi piorando e agravou-se. Fui-me mantendo otimista durante o dia, mantive-me inclusive distraída e resultou até bastante bem. Mas com o chegar da noite o silêncio tornou-se ensurdecedor, a ausência fez-se sentir grosseiramente e lá se foi o positivismo. Fui inundada por sentimentos contraditórios, sinto-me zangada, mas zangada comigo mesma por acalentar sempre uma esperança, por me enganar a mim mesma com promessas vãs de que vai ser diferente, de que desta vez vai resultar. Cansada, desgastada deste rebuliço, desta montanha russa de emoções. Cansada de deixar que tudo isto tenha este efeito em mim. Zangada comigo por me deixar ir abaixo.
Com o escurecer do céu e as estrelas a começarem a espreitar o som do silêncio é gritante e dói, oh se dói a distância, se dói não te ter perto. Dói sentir. Como faço para não mais sentir? Será possível entrar em tal estado de dormência que já não mais se sinta? Conseguirei algum dia eliminar estes sentimentos confusos e dilacerantes de dentro de mim?

Porque tem que ser assim? Alguém consegue explicar? Porque tenho que sentir tudo tão intensamente? Porque não posso apenas parar de sentir? Como quem para um relógio de dar as horas. 


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