sexta-feira, 24 de abril de 2015

Fecho os olhos...

Esta noite custou. Foi uma noite difícil. Tem noites assim. Noites que custam mais a passar. Noites em que custa adormecer. Noites agitadas pelas recordações. Noites que acentuam a tua ausência.

Fecho os olhos e vejo-te. A minha mente não sossega. Os pensamentos invadem-me. Não quero ver-te assim, quero ver-te de verdade. Fecho os olhos e sinto-te, sinto o teu olhar. Mas não quero sentir-te. Quero poder tocar-te e sentir-te de verdade. Poder olhar-te e falar-te.

Esta noite alongou-se. Esta noite pareceu-me dias. Dias sem TI. Foi uma noite agitada. Fizeste questão de estar sempre presente nos meus pensamentos. Não quero pensar. Não quero sentir. Não quero aquele vazio. Oh não, lá vem aquela dor no peito, aquele doloroso respirar. Quando é que vai deixar de doer?

Fecho os olhos e imagino-te do meu lado. Quase que sinto o teu respirar. Sei como é o teu abraço, consigo quase senti-lo de verdade. Recordo o contorno do teu rosto. Imagino as minhas mãos a percorrê-lo. A sentirem-te. Quase, quase que te sinto. Relembro o som da tua voz. Ouço-te, mas não te ouço. O som está apenas preso nas minhas memórias. Quase que as palavras me atingem, mas quando abro os olhos tudo se perdeu no frio da noite. Percorro o quarto no escuro à tua procura, tive-te tão perto, mas tão perto. Onde estás? Onde estão os teus braços que me abraçavam? Porque ficaste no silêncio? Onde estão as palavras que me dizias? Onde estás que já não consigo alcançar-te?

Posso voltar a fechar os olhos, sei que vou conseguir quase ter-te novamente. Sim, posso recordar-te, imaginar-te, mas quando abro os olhos volta a doer, dói mais e mais, e não sei por quanto tempo mais posso aguentar viver neste limbo.

Estás aí, eu sei, só que não estás aqui. Mais uma noite e não estiveste. Não quero acordar, não sem TI do meu lado. Não, sem poder ver o teu rosto e o teu sorriso ao despertar. Não, sem sentir a ternura do teu olhar e o calor da tua presença. Não, sem sentir o teu cheiro e ouvir o teu leve sussurrar. Não sem TI aqui comigo.  



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