Nestes últimos dias fugiram-me todas e quaisquer certezas que
tinha em relação a TI. Em relação a nós. Não dá para viver de lembranças e
recordações. Não podemos viver de momentos mágicos que já passaram. Vivemo-los
é verdade e foram sem dúvida marcantes, mas não podemos viver apenas agarrados
a esses momentos, ansiando por mais momentos desses. Por um lado, queria
enrolar-me, envolver-me e ficar numa pequena bola a viver apenas desses
maravilhosos momentos. Ficar a recordá-los, a revivê-los vezes sem conta na
minha memória, como aliás tenho feito todos os dias. Fecho os olhos e fico assim a reviver-te. Só assim sinto que te tenho pertinho de mim. Por outro lado, e a bem
da minha sanidade mental, tenho que conseguir erguer-me. Conseguir continuar a
viver a minha vida, sem deixar que TU ou a tua falta interfira, retirando-me o gosto
de viver. Então obrigo-me a sair desse meu mundinho e a encarar a realidade. Quanto mais encaro a realidade, mais longe e distante te sinto. Mais sinto que te perdi.
Fugiram-me as forças, todas e quaisquer forças que tinha em lutar
para que desse certo. Por vezes pergunto-me se TU também lutas por nós. Ficas
tão ausente que já não sei. Mais parece que continuas a viver a tua vida, sem
que eu faça parte dela, parecendo que não sentes sequer a minha falta. O pior é
que sei que sentes. RRRR…Não sei como lidar com isto, não sei mesmo.
Fugiu-me a capacidade de te compreender. Ou a vontade de te
compreender, acho que é mais isso. De me colocar no teu lugar e desculpar tudo.
Sinto-me cansada e sozinha. Fugiste uma vez mais e eu não sei mais se consigo
continuar. Vou agarrando-me à ideia de que me amas, vou alimentando a esperança
que um dia tudo isto vai terminar e acabaremos juntos. Recordo-me a mim mesma o
quanto me amas. Mas isso não chega. Onde estás TU para me dizeres que me amas?
Onde estás TU para me fazeres acreditar que me queres? Sinto-me cansada. Quando
ficas assim distante de mim inundam-me as dúvidas. As minhas certezas
desmoronam-se e fico sozinha com os meus pensamentos, medos e receios. Num
momento amas-me com toda a tua alma, fazes-me sentir a mulher mais feliz à face
da terra e no momento seguinte desapareces como se tivesse sido apenas e
unicamente um sonho meu. Quase como se me pudesses apagar da tua vida. Dos teus
pensamentos. Da tua memória. Desapareces completamente. E sou atingida por uma
dor que me estraçalha o coração. E o pior é que sei que me amas, és brilhante a demonstrá-lo sempre que estás comigo. Assim como sei que sentes saudades. Que sentes a minha falta. E agora, que faço?
Não sei lidar com isto... .
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