Impossível sabermos o que se passa na cabeça das pessoas. Era tão
mais fácil e simples se pudéssemos espreitar lá para dentro e saber o que se
passa. Facilitava e muito as coisas. Mas não. Não podemos espreitar para dentro
da cabeça das pessoas. Então perguntamos “o que tens?”, “o que se passa?”, ou “o
que aconteceu?”. Na tentativa de perceber o que aconteceu. Então, e quando
simplesmente não nos respondem? Quando o silêncio grita mais alto que qualquer
palavra? Que fazemos nós? Como adivinhamos o que aconteceu? E quando misturado
com esses silêncios temos a dor que eles nos provocam? Como gerimos e lidamos
com isso? Como interpretamos esses silêncios quando eles surgem depois de
momentos mágicos de paixão e entrega? Questionamos? Duvidamos?
O que eu não daria para entender esse TEU silêncio.
Os teus silêncios machucam. Os teus silêncios arrancam pedaços de
mim. Fazem-me duvidar. Questionar. Fazem-me sentir mal. Os teus silêncios sucedidos
do teu afastamento magoam. Fazem doer cá dentro.
O que eu não daria para entender o que se passa nessa TUA cabeça.
Mas TU não deixas. TU simplesmente desapareces. Deixas-me as mais bonitas recordações
e lembranças de TI em mim e vais com a brisa da noite. Um momento tenho-te e é
maravilhoso, perfeito. Mágico, até. O mundo desaparece. Existes TU e EU apenas.
EU sou o teu mundo e TU és o meu. Tudo em TI diz o quanto me amas. Todo o teu
carinho. O teu cuidado. Aqueles teus abraços apertados. O teu olhar. As tuas carícias.
Permito-me sonhar.
Um momento depois, o sonho desfez-se, TU fugiste-me. Será que TE perdi?
Trocamos carícias. Partilhamos pensamentos e sonhos. Por momentos
fomos apenas um do outro e por momentos existimos apenas nós dois. E era tão
perfeito. Foi tão bom.
Agora ficam as recordações. Lembranças do que foi, do que fomos
juntos e do que podíamos ter sido. Recordações tão vivas que quase me rasgam
por dentro. Será que TE perdi?
Sem comentários:
Enviar um comentário